30 May
30May

“Carícias… Mãos deslizando lentas e leves sobre a superfície macia e sensível da pele.

Carícias… Olhar de encantamento, descobrindo a divindade do outro - meu espelho!

Carícias… Envolvência (quem não se envolve não se desenvolve…), ondulações, admiração, felicidade, alegria em nós - eu-e-ele, eu-e-outros”.

Roberto Shinyashiki, em A Carícia Essencial - Uma Psicologia do Afeto (Editora Gente)

E dizer que ainda há pessoas que acreditam na truculência e no poder da força ou do dinheiro para sustentar um relacionamento. Mentira, o poder de cultivar e levar adiante um relacionamento (nem que seja por uma noite) está contido em nós mesmos, fica literalmente em nossas mãos. Num gesto de carinho, num toque delicado.

Partindo-se do princípio que a carícia está contida em cada pequeno gesto que fazemos, em cada palavra que pronunciamos, começamos a ter noção do poder infinito que temos e que poucas vezes usamos com sabedoria. Carícia é uma coisa que deve começar antes da transa, continuar durante o ato sexual e não terminar nunca.

Afinal de contas, o que é a masturbação? É a carícia que damos a nós mesmos quando queremos ter prazer. É a possibilidade que homens e mulheres tem de se tocar, se excitar e gozar. Tudo através de toques e movimentos que oferecemos ao nosso próprio corpo. A carícia é algo tão importante que não a dispensamos. E quando preciso, nós mesmos resolvemos o problema.

Imagine um lugar onde as pessoas fizessem sexo sem se tocar. Onde simplesmente enfiassem seus paus numa buceta, sem sentir a pele de quem estão transando, ejaculassem e fossem embora. A raça humana já teria sido extinta, pois ninguém consegue se excitar do nada. Sem que se veja a pessoa nua, sem que se toque em seu corpo, sem que se sinta o seu cheiro, sem que se encoste a língua em sua intimidade e sem que se ouça suas palavras carinhosas, seus gritos e gemidos,

 

O PRIMEIRO TOQUE

 

Quando estamos a fim de ganhar alguém, convidamos a pessoa a um barzinho no fim de semana, ou para jantar. Desde o princípio, estamos acariciando a pessoa. Nosso coração bate forte com medo da rejeição, o que nos deixa mais carinhosos ainda. Da voz macia, ao convidá-la ao telefone, às flores que levamos a título de “gentileza”, tudo se resume a carícias e mais carícias. O encontro rola numa boa. Alguns drinques, olhares penetrantes, de desejo.  O cenário está montado. Tentamos estabelecer um clima sensual. Finalmente, o primeiro toque, quase sempre na mão da pessoa que repousa distraída sobre a mesa (lembre-se que andar de mãos dadas antigamente era o sinal de que alguma coisa rolava entre o casal). Aos poucos, vamos decodificando as reações da pessoa. E ela, as nossas. Se ela aceita, vamos em frente. Se fica sem graça, tentamos viabilizar outra maneira, outro toque para chegar lá. É nas carícias que demonstramos quem somos e o que desejamos.

O beijo não deve ser subestimado. Além de uma carícia deliciosa, é um marco que comunica ao casal que o caminho está livre. Que ambos estão dispostos a ir em frente e que têm pelo menos a vontade de começar alguma coisa, nem que seja uma transa por uma noite. O beijo é um acontecimento tão importante e que fala tão fundo no íntimo de nós mesmos que até as prostitutas os guardam para aqueles a quem amam. É quando lábios e línguas se tocam e se pressionam de forma apaixonada, a chave que abre as portas para o próximo passo, a cama.

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